De quando não fui pelo instante passageiro,
Por isto ou por aquilo não me preenchi de Vida,
Por tanta cautela, fugi a medo sempre ligeiro,
No meio da luz fui escuridão sem qualquer lida,
Quando podia andar arrastei-me por entre corredores,
Estas linhas de vida e sinais de quem foi esmorecendo,
Isto é quando andar na água não faz de nós salvadores,
Quando não há distinção se vamos subindo ou descendo,
Há um velho que fui, a mais leve queda, os lençóis engelhados,
Não há livro onde caibam as possibilidades do que não foi,
Por isso os enterro em tecidos funerários embrulhados,
Percorrendo as palavras afirmativas e negativas, o caminho,
Pois as hóstias que engulo não sanam a ferida que ainda dói
E o beijo para onde rumo, longínquo, aqui procuro-o sozinho.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.