segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Amar Para os Poetas

Amar não é para os poetas e só os poetas sabem amar,
É o suspiro ante o precipício e conseguinte mergulho, 
Não há que disfarçar, são poucos os que sabem beijar,
Sem se esconder, são poucos os que aguentam o marulho, 

Amar é para os poetas pois só os poetas não sabem amar, 
É a brasa na lágrima que os diferencia da comum gente,
Pois há da brasa cinza e da lágrima sulfato, o germinar,
O caminhar, diligente, vai de lado para lado, para a frente, 

E há quem não aguente, e há quem o faça numa eterna dança, 
Quem vá magoado a chorar para casa com o coração na mão, 
E quem o partilha de mão em mão em constante perseverança

Não obstante do quanto andou ou já passou, ao mundo dão,
Amar é e não é para os poetas, pois só eles sabem seu teor
Do sentimento em papel ao toque do sorriso e da sua dor.

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