Sou uma retícula à porta de uma encruzilhada,
Honrando a voz que é bramido pela ribanceira
Levando-me adiante onde vou pela algibeira,
Ora veículo para a berma, ora simples estrada,
De instantes sendo retido, conforme prometido
Sou apenas uma alma vagabunda indo em frente,
Encontro e perco-me face ao tempo que indiferente
Me julga mediante as rugas no rosto em si reflectido,
Vai ficando a voz grisalha, os beijos então glosados,
Entre duas margens, entre as bermas, o terno cinzeiro,
Sendo pertença para quem não vê, onde os implicados
Fecham-se em quartos sem janelas, é impossível ver
A cor do prado, a luz do sol, sem recado e do bueiro,
Metade ou inteiro, quão difícil é por vezes simplesmente viver.
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