O tráfego transversa lá fora o pavimento,
Não posso albergar o Sol só numa algibeira,
É esta acumulação de instantes e de momentos,
Um dia chegarei à foz, seguindo para lá da fronteira,
Nada mais tenho para lembrar nem nada para esquecer,
Espera-me à esquina dos perdidos, a dos desencontradas,
Estoirando-me no peito um grito à desgarrada, quase a viver,
Pressagia-me e que o colibri cante com as plumas eriçadas,
Trago no rosto as aventesmas e as crianças deste caminho,
É a fuga e a lentidão, súbita e clara, nos olhos - a solidão,
Aberta e enterrada num berço, o ímpeto do percaminho,
Este é aquele instante que define aquele instante anterior,
Sim, somos tolhidos pelas marés mas é o pletórico coração
Que não arreda, que não cede que não desiste – ele é o Ser Inteiro, ele é o Excelsior.
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