segunda-feira, 25 de maio de 2020

Massagem de Mãos Sobre Os Ombros

Apontando para o horizonte, para a porta de saída, 
Eu ainda acredito no Amor, só não acredito  no amor, 
É o escape incerto a uma fotografia do sol retraída
Que parafraseia o sal da maré, o toque do trovador 

Faz com que vivam sobre o arco-íris, sobre as nuvens,
A aprendizagem do permitir ir, há mais que o branco
E negro, há cores que nunca vi, o muro dos homens
Esvaece os anos, invade a idade, é forte tal potranco, 

De peito quebrado, de coração subtraído, doce ironia, 
O amador sem objecto para amar, o silêncio eterno,
Entre a fauna e a flor, olhos de oceano, a infinita afonia,

Não permite o permitir, "Olá!", é o que apetece dizer,
Quando o meu reflexo passa, passa todo o Inverno, 
Mãos sobre os ombros, para as abraçar, para as querer... para as querer...

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