Componho para o tempo um soneto,
Embalo-o sendo embalado o segundo
E questiono sua urgência, seu aperto
Enquanto por mim passa todo o mundo,
Embalo-o sendo embalado o segundo
E questiono sua urgência, seu aperto
Enquanto por mim passa todo o mundo,
Ouço a cantiga da sereia, sou cativo,
Perco-me aqui e em mim, encontrado
E quanto mais morro mais ainda vivo,
É o sortilégio e a bênção do já tocado,
Perco-me aqui e em mim, encontrado
E quanto mais morro mais ainda vivo,
É o sortilégio e a bênção do já tocado,
Só mais uma para o caminho, sozinho
E vem a multidão rasurando o rastro,
Socorro-me ao abrigo do escaninho
E vem a multidão rasurando o rastro,
Socorro-me ao abrigo do escaninho
Onde sou o espaço entre Nero e Romeu,
E para sempre o sempre cadente astro,
Sou o suspiro prometido, sou traste, sou troféu!
E para sempre o sempre cadente astro,
Sou o suspiro prometido, sou traste, sou troféu!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.