O nascimento do sol traz assim nova esperança,
Vem e sê o meu cobertor minha doce madrugada,
Envolver-me-ei em repouso no teu leito tal criança
Que não teme o destinado dessa margem afastada,
Acenando a mil despedidas póstumas: é o caminho,
De asas nos tornozelos e vista numa longa paisagem,
Assim em mim sou partida, quase sempre sozinho
E em mim quem foi ou será, será em mim bagagem,
Este desassossego é esta ponte entre margens, o andar,
Que é quase voo e quase afogamento no quase acidental,
Sem saber bem o que nos espera ou pelo quê esperar,
Vai indo o vagabundo entre o supérfluo e o essencial,
Desde que as noites vindoiras ensinem o que é amar
Prometo-vos que por onde for comigo irá o vendaval!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.