sábado, 4 de novembro de 2017

O Poeta Diz Adeus a Quem Lhe Partilhou a Mão Pt. II

Por uma fagulha de luar prometi esta mão,
Num instante passageiro beijos foram trocados,
Eu gostava dela, ela de mim, partilhávamos um coração,
E esses momentos eram sonhos muito mais que almejados,

A queda do poeta é a tênue fugacidade do amor,
Para quê ver além se tudo não passa de inútil paisagem?
Queda-se no martírio, no tormento, no próprio langor
Apaixonado por uma ilusão enfim tornada miragem,

Sozinho se faz o caminho, o semblante desencontrado,
Procurando no escuro uma fagulha de luar qualquer,
Novamente se queda o poeta por nada prostrado

Porém mesmo de joelhos vai em busca dessa mulher,
Para sempre perdido dentre o outrora sonhado
Em que um pedaço de tempo dita a linha entre a dor e o prazer.