Promessas de confidências ao instante passado,
Escuta-me bem, o tempo apenas substrato,
Para além do possível o beijo encantado,
Elegia vaiada por quem não vive, este relato
Somente o olhar de quem é dormida encoberta
Por nebulosas briosas, vontade de enfim respirar,
A carne sob as unhas arreganhada e desperta
Sentindo-se tocada por tudo menos a vontade de tocar,
Agora sabes que estou triste, que estou frio...
Preferes aqui o esquecimento à lembrança,
Assim te deixo ficar, tão triste, só e vazio
Por num momento nos termos deixado de cruzar,
Silenciou-se a música e a sua doce dança,
Desertaram-se as mãos, está na hora de caminhar.