Os seus gritos ainda presos nesta garganta,
Ainda são os Outros a puxarem-me pela mão,
Percebei eu sou o contrário então pouco adianta
Estas estórias de reis e rainhas ou da sua canção,
Vêm e vão os segundos inundados por este instante,
A tentar conter vida e o mundo a passar-me ao lado,
Em mim é a raiz, a flor, a pétala tão transbordante,
Longe de mim o ruído que me põe velho e cansado,
Embalamos este berço de sonhos num beijo almejado,
De corpo e alma, sangue e suor salteados a prantos,
A recusa a permitir este belo instante passar-me ao lado,
Assim irei pois neste caminho tenho sido tantos e tantos,
Procurando um lugar ao sol ou chuva também ao cuidado
De quem virá, passa e se foi neste peito ouvindo seus cantos.