Lábios entreabertos com cobertores de veludo,
A mensagem do soneto prende-se com a beleza,
O simples vislumbrar desse ideal sempre mudo
É suficiente para afastar para longe a incerteza
Que é sombra e linha entre todo o luar e este sol,
Sempre itinerante passando por onde cai a vista ,
Não morrerei enquanto distante estiver o rouxinol,
Percorrerei o intervalo que entre mim e ele dista,
Procurando vestígios por dedos esticados ao vento,
Como que quase a alcançar apesar de tão distante,
És tu aquela que tem apaziguado este tormento
Emprestando-te por vezes neste meu olhar brilhante,
Assim vais passando por todo e a cada momento
Por ti Beleza habitante neste meu coração errante.