domingo, 10 de setembro de 2017

Àqueles Que Trago No Peito

Por brechas e fendas vai indo assim esta vida,
Sou fragmento daquilo que tenho sobrevoado,
Onde Mãe é palavra de ontem, quase esquecida,
E eu sou mendigo e pedinte quase quebrado,

Porém da morte vem o inteiro e o seu adjacente,
Beijo as mãos daqueles que as têm partilhado,
Sou resto do mundo em solavanco ascendente,
E sou porto de abrigo para quem se tem abrigado,

Sorri nestes lábios e chama-me pelo nome de Deus,
Ele sou eu, eu sou ele e em mim tenho-vos a vós
Assim é no eterno a partida sem um tom de adeus,

E assim por um momento sou único, ouço a sua voz,
Indizível, inaudível, inaudita em mil e um apogeus
Deixai-me partir e talvez nunca ser chegada a uma foz.