A chuva caí no parapeito da Lua,
Preenchendo de passos suas poças,
É na companhia das trevas da rua
Que nem ouço o ruído das carroças,
Faz-se assim o silêncio feito de veludo
Calando então este teatro de papel,
E o tagarela enfim torna-se no mudo
No vesano frenesim deste carrossel,
Com amargura tocava-lhe no rosto
E ela dissipava-se entre estes dedos
E por cada beijo perdia-lhe o gosto
Maiores se tornando então os medos,
Confesso às gotas onde me encosto
Serei eu só sombras dentre os arvoredos?