Este tempo de que sou passageiro,
Este tempo que é todo o meu cansaço,
Parece vida atirada para o bueiro,
Que soa a não vida em tudo que faço,
Este tempo que é todo o meu cansaço,
Parece vida atirada para o bueiro,
Que soa a não vida em tudo que faço,
Do tido como maior ao mais pequeno,
Meados num silêncio feito de sono,
É olhar cerrado num gesto obsceno,
Toda a queda de uma folha ao outono,
Meados num silêncio feito de sono,
É olhar cerrado num gesto obsceno,
Toda a queda de uma folha ao outono,
Mãe é o teu filho que chora ao vento,
Neste cansaço feito de porções de nada,
Que é tão calado e faz-se tão barulhento
Neste cansaço feito de porções de nada,
Que é tão calado e faz-se tão barulhento
E vai deixando a alma abandonada
Pois é tanto e tanto e tanto o desalento
Que mal sinto as indentações da almofada
Pois é tanto e tanto e tanto o desalento
Que mal sinto as indentações da almofada