É o dia em que irei alcançar a aurora,
Espero ser a ave que voará mais perto,
Hoje é o dia em que irei enfim embora
Algures onde o páramo for bem aberto,
Por esse esvoaçar voo e vou pensando
No instante em que parti e na chegada,
Até me pergunto desde e até quando
Será este voo o colibri ou só sua fachada?
Deixo-me ir, vou-me e deixo-me um pouco,
No olho do torvelinho ao desenlace da asa,
Então berro e grito bem alto até ficar rouco
Deixando a terra atrás pois o mundo só atrasa,
Ainda e vejo, num beijo ao insano, ao louco,
Deixo-me pois caminho sobre o ar, em casa.