Voávamos contra a mesma janela fechada
Apartados pelo vidro azul e o seu vulto
De coração silencioso e de cara tapada
Em dias de vinho e rosas - no tumulto
De mãos bem dadas que não se tocavam
Onde se atrasava o mais belo dos beijos,
No parque onde tão airosos brincavam
A pé-descalço tal como estes desejos...
De quem? Quem pouco de tudo anseia
Aquele pouco onde se vai perdendo
Em esquinas onde o sol nos rareia
Voámos contra a mesma janela fechada
Sorrimos, podia ser uma parede tendo
Tudo, tudo um pouco e de tudo nada.