terça-feira, 17 de setembro de 2013

Por Janelas de Vidros Azuis Pt. IX: A Janela era a Mesma

Voávamos contra a mesma janela fechada
Apartados pelo vidro azul e o seu vulto
De coração silencioso e de cara tapada
Em dias de vinho e rosas - no tumulto

De mãos bem dadas que não se tocavam
Onde se atrasava o mais belo dos beijos,
No parque onde tão airosos brincavam
A pé-descalço tal como estes desejos...

De quem? Quem pouco de tudo anseia
Aquele pouco onde se vai perdendo
Em esquinas onde o sol nos rareia

Voámos contra a mesma janela fechada
Sorrimos, podia ser uma parede tendo
Tudo, tudo um pouco e de tudo nada.