Vivemos para ocupar salas vazias,
Só vivemos pois tememos a morte,
Partes vão caindo por outros dias,
Para quem resta e esta é a sua sorte
Escuto vossos prantos ao adormecer
E não adormeço pois já não sonho,
Neste leito sois os gritos ao morrer
Sois o luar pálido, penoso e tristonho
Sobre ruas desertas que esperam por nós,
Onde por vezes o próprio andar é triste,
É sombra deixada por alguém sem voz
E apesar de toda a beldade que cá existe
Não é a morte mas o não viver o algoz
(Logo pergunto:)
Fará Vida parte dos deslumbres que viste?