Vivemos para ocupar salas vazias,
Só vivemos pois tememos a morte,
Partes vão caindo por outros dias,
Para quem resta e esta é a sua sorte
Escuto vossos prantos ao adormecer
E não adormeço pois já não sonho,
Neste leito sois os gritos ao morrer
Sois o luar pálido, penoso e tristonho
Sobre ruas desertas que esperam por nós,
Onde por vezes o próprio andar é triste,
É sombra deixada por alguém sem voz
E apesar de toda a beldade que cá existe
Não é a morte mas o não viver o algoz
(Logo pergunto:)
Fará Vida parte dos deslumbres que viste?
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
O Viandante: Entre Margens e Cantos
O viandante vai sempre entre margens
Nunca partindo e raramente chegando,
O já visto passa e é deixado às aragens
Sob e sobre o céu por onde vai andando,
Por dentro traz o homem e a criança
E as estrelas que são pela noite fora,
Por vezes até vê Ema e a sua dança
Tão delicada quando é tardia a hora
Aonde canta por tudo quanto é canto
Das últimas estrelas até à madrugada
Entoa o seu riso onde ecoa o seu pranto,
Outrora corredores vazios cheios de dor
Que se mudam por cada sua passada
Desde que feita por retoques de Amor.
Nunca partindo e raramente chegando,
O já visto passa e é deixado às aragens
Sob e sobre o céu por onde vai andando,
Por dentro traz o homem e a criança
E as estrelas que são pela noite fora,
Por vezes até vê Ema e a sua dança
Tão delicada quando é tardia a hora
Aonde canta por tudo quanto é canto
Das últimas estrelas até à madrugada
Entoa o seu riso onde ecoa o seu pranto,
Outrora corredores vazios cheios de dor
Que se mudam por cada sua passada
Desde que feita por retoques de Amor.
Entre Portas e Janelas Pt. II: Entreaberto
Entre a porta e as janelas entreabertas
Quero o mel de tudo o que for flor
Aonde o colibri vá por horas incertas
E tal asas da borboleta ganhem cor,
Entre o prado e a neve a sina é esta
Sendo-se o trilho e quem o imagina
Dia a dia novos versos o Sol empresta
À estrofe e ao voo até à doce menina,
Entre as nossas mãos olvida-se o depois,
É ela aquela que tanto ressoa a Vida
Que é meu nascer e até meu fim pois!
Entre nós os dois só a distância é nossa
E só vós podeis sarar a insanável ferida,
A caricia que quero Amor… é só vossa.
Quero o mel de tudo o que for flor
Aonde o colibri vá por horas incertas
E tal asas da borboleta ganhem cor,
Entre o prado e a neve a sina é esta
Sendo-se o trilho e quem o imagina
Dia a dia novos versos o Sol empresta
À estrofe e ao voo até à doce menina,
Entre as nossas mãos olvida-se o depois,
É ela aquela que tanto ressoa a Vida
Que é meu nascer e até meu fim pois!
Entre nós os dois só a distância é nossa
E só vós podeis sarar a insanável ferida,
A caricia que quero Amor… é só vossa.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Entre Portas e Janelas: A Neve e o Prado
Silêncio! Lá fora jaz tanta neve
E eu apenas vejo o prado verde,
Vejo-a caindo, tão fofa, tão leve
E imagino-a onde a chuva se perde,
Daqui ainda observo o fluir da água,
Pergunto-me onde irão as onditas,
Ao se dissiparem sentirão elas mágoa
Indo tal sonhos tão doces, tão bonitas?
Através da praia o homem nu vagueia
Onde as estrelas fogem e se escapam
Vejo-a coberta por roupas de areia
Nesse lugar que nunca mais alcanço
As faces se vão e dedos se enlaçam
Quase… quase repouso em tal remanso.
E eu apenas vejo o prado verde,
Vejo-a caindo, tão fofa, tão leve
E imagino-a onde a chuva se perde,
Daqui ainda observo o fluir da água,
Pergunto-me onde irão as onditas,
Ao se dissiparem sentirão elas mágoa
Indo tal sonhos tão doces, tão bonitas?
Através da praia o homem nu vagueia
Onde as estrelas fogem e se escapam
Vejo-a coberta por roupas de areia
Nesse lugar que nunca mais alcanço
As faces se vão e dedos se enlaçam
Quase… quase repouso em tal remanso.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Por Janelas de Vidros Azuis Pt. IX: A Janela era a Mesma
Voávamos contra a mesma janela fechada
Apartados pelo vidro azul e o seu vulto
De coração silencioso e de cara tapada
Em dias de vinho e rosas - no tumulto
De mãos bem dadas que não se tocavam
Onde se atrasava o mais belo dos beijos,
No parque onde tão airosos brincavam
A pé-descalço tal como estes desejos...
De quem? Quem pouco de tudo anseia
Aquele pouco onde se vai perdendo
Em esquinas onde o sol nos rareia
Voámos contra a mesma janela fechada
Sorrimos, podia ser uma parede tendo
Tudo, tudo um pouco e de tudo nada.
Apartados pelo vidro azul e o seu vulto
De coração silencioso e de cara tapada
Em dias de vinho e rosas - no tumulto
De mãos bem dadas que não se tocavam
Onde se atrasava o mais belo dos beijos,
No parque onde tão airosos brincavam
A pé-descalço tal como estes desejos...
De quem? Quem pouco de tudo anseia
Aquele pouco onde se vai perdendo
Em esquinas onde o sol nos rareia
Voámos contra a mesma janela fechada
Sorrimos, podia ser uma parede tendo
Tudo, tudo um pouco e de tudo nada.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
A Nébula: Nas Pegadas do Viandante
A lembrança remota, o sonho dispersado
Alinho os seus pedaços - os seus e os meus,
Tragando-os como se não tivessem passado
Na beldade do repousar no abraço de Deus,
O limite é a falta de tempo para o eterno
Porém deixo-o vir e passar por mim
Voltarei por mais, venha sol, seja inverno,
Deixo-os ir, há beleza na queda, há trampolim
No dia que nunca chega, nos cortes de papel
E aquela voz, só minha, estranha e familiar
Ouvi-a! Estou pronto para mudar esta Babel
Sem hesitar a manhã vem e anjos também,
Não morrerei nunca serei voo sem pousar
Através do fim do horizonte e mais além.
Alinho os seus pedaços - os seus e os meus,
Tragando-os como se não tivessem passado
Na beldade do repousar no abraço de Deus,
O limite é a falta de tempo para o eterno
Porém deixo-o vir e passar por mim
Voltarei por mais, venha sol, seja inverno,
Deixo-os ir, há beleza na queda, há trampolim
No dia que nunca chega, nos cortes de papel
E aquela voz, só minha, estranha e familiar
Ouvi-a! Estou pronto para mudar esta Babel
Sem hesitar a manhã vem e anjos também,
Não morrerei nunca serei voo sem pousar
Através do fim do horizonte e mais além.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
A Ema Pt. XII: A Menina que Rascunhava a sua Vida
A menina que rascunhava a sua vida
Terna, ponto a ponto e linha a linha,
Quieta, apontava olás na despedida
Ao que ficava cá e que outrora tinha,
Esboçava quem não tinha conhecido
E aquilo que nunca aqui tinha visto
Ou amigos que nunca tinha tido
Sozinha escrevia a traço imprevisto,
Vivia na companhia da sua imaginação
Onde o inusitado era regra e esquadro
Ao deslizar da caneta na ponta da mão
Tudo é risco entre espaços brancos à partida
Da menina que se desenha num quadro
Enquanto este vai retendo toda a sua vida.
Terna, ponto a ponto e linha a linha,
Quieta, apontava olás na despedida
Ao que ficava cá e que outrora tinha,
Esboçava quem não tinha conhecido
E aquilo que nunca aqui tinha visto
Ou amigos que nunca tinha tido
Sozinha escrevia a traço imprevisto,
Vivia na companhia da sua imaginação
Onde o inusitado era regra e esquadro
Ao deslizar da caneta na ponta da mão
Tudo é risco entre espaços brancos à partida
Da menina que se desenha num quadro
Enquanto este vai retendo toda a sua vida.
A Partida Pt. II: Por Onde Sós Vamos
Por onde sós vamos, sós viajamos sozinhos
Quando nem a lua nos encobre, não faz mal,
Por vezes é suposto sermos todos pequeninos,
Por vezes estar solitário e perdido é normal,
Por onde meios fomos, em metades vamos,
Quando só névoa há, tudo bem na mesma
Pois pelo que perdemos algo encontramos,
Pois o que cá fica advém de igual resma
Onde se banha o mensageiro da palavra,
Aquela que liga margens e cria pontes
E que o solo estéril docemente lavra,
Não temerei outras noites pois trago o dia
Que nos mais secos desertos erige fontes
E que de palavras sós recria a poesia.
Quando nem a lua nos encobre, não faz mal,
Por vezes é suposto sermos todos pequeninos,
Por vezes estar solitário e perdido é normal,
Por onde meios fomos, em metades vamos,
Quando só névoa há, tudo bem na mesma
Pois pelo que perdemos algo encontramos,
Pois o que cá fica advém de igual resma
Onde se banha o mensageiro da palavra,
Aquela que liga margens e cria pontes
E que o solo estéril docemente lavra,
Não temerei outras noites pois trago o dia
Que nos mais secos desertos erige fontes
E que de palavras sós recria a poesia.
A Partida: Nestas Andanças em Busca do Presente
Parti… Parti sem saber sobre o regresso,
Fui à aventura de destino incógnito,
Caguei na hóstia e vivo no excesso
De sangue nas veias e grito indómito,
Procuro por vida enquanto me aguardo,
Por cada momento o amanhã acontece,
A viagem não é nem deve ser um fardo
Quanto menos esperamos amor aparece,
O sorriso é aberto e o resto incondicional,
O instante é breve gerando esta semente
Que da alma vai revelando o essencial
Atrás da estrela do que é realmente preciso
De onde vou tomo este aqui como presente
Por onde vá e passe em busca do paraíso.
Fui à aventura de destino incógnito,
Caguei na hóstia e vivo no excesso
De sangue nas veias e grito indómito,
Procuro por vida enquanto me aguardo,
Por cada momento o amanhã acontece,
A viagem não é nem deve ser um fardo
Quanto menos esperamos amor aparece,
O sorriso é aberto e o resto incondicional,
O instante é breve gerando esta semente
Que da alma vai revelando o essencial
Atrás da estrela do que é realmente preciso
De onde vou tomo este aqui como presente
Por onde vá e passe em busca do paraíso.
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