O poente do sol aconchega-se do cais
E estas asas repousam esfalfadas enfim
Pois seus voos têm sido em cenários tais
Que de tão longe se retornaram em mim
Num trilho de penas esvoaçando à janela,
Cobrindo lá fora uma vereda embaciada,
Será que teriam também passado por ela
Ela, aquela a quem esta poesia é enviada?
Mudas caem à aragem estas suaves penas
Traçando nossas almas num esboço perfeito
Do olhar coincidente a este em tantas cenas
Que só tenho sido no voo e esquecido o andar
Pois Amor, se não tenho vossa mão neste peito
O que restará realmente para eu aqui voltar?