A poesia é a Luz pelos deuses concedida,
Provinda do firmamento para o papel,
Num afável aceno ou numa despedida,
No deslizar numa tela de um pincel;
Quebra as algemas deste elo humano,
Abrasando o fogo e concretizando do ar,
O Imenso, da Superior Obra soberano,
Dessa efluência emana o simples amar;
Da prodigiosa imaginação semiconsciente,
Que em suas linhas o Infinito se reconte,
Para o transeunte és o excelso presente,
Da visão do poeta errante pelo horizonte,
A Voz de Deus dita em tom eloquente,
Entre o terrestre e o divino, és a ponte.