quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Nem a Eternidade nos Contém

Estas ruínas desta chama oculta - uma ponte quebrada,
A voz do crepúsculo, do pai para o filho, coração insone,
Renasce a aurora por cada instante e memória eclipsada,
O reflexo fragmentado é somente sombra, so very alone,

E do vértice do labirinto nos atiramos ao abismo, o caminho
É véu rasgado para o superior, escuridão translúcida, beleza,
Cinza ardente numa chuva de vidro, a cicatriz, o eu sozinho,
Há beldade na ferida, o olhar é suspenso mesmo na tristeza,

Naufragámos promessas quando o Amor verdadeiro é vero,
Passageiro dentre segundos, entre memórias e as aspirações,
A orfandade das ressonâncias, oh mãe, o tempo é tão severo,

Nem a eternidade nos contém a nós meu bom amigo Camões,
Pois caminhamos sem chão, voamos além do tido como austero,
A obra é tentativa maior que o homem, para o céu são estes corrimões! 

Poema Para Uma Alma Por Vezes Desencontrada

Há estórias a contar das profundidades destas cicatrizes,
Onde imaginava ósculos escondidos por instantes lunares,
E a sua voz cantava tão suavemente, esquecia as meretrizes,
Curioso por me aproximar da chama, por encontrar os lugares

Onde a sua radiância era serenata carpida por doce trovador,
E o resto me chamava, enquanto comia de colheres de prata,
Caído do paraíso ante um séquito seguido por um olhar observador,
Pois estes olhos traziam lágrimas de esperança escrevendo a errata,

Uma eulogia para quem nunca viveu, enaltecido por toques de despedida,
Permanecendo onde as nossas faces se revoltaram do tido como mortal,
Um mundo de sonhos, um berço de imaginação por uma luzência precedida,

Um conto de fadas irreal com aventuras como tu, e como eu de mão dada,
Sombras do nosso eu efémero, somos um caminho entre o sol e o fractal,
Será que finalmente vêem nosso brilho, e será que finalmente estás acordada?