quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Da Vala Comum à Sepultura Digna

Dos pedaços desta Vida de que só meus apelidei,
Vós tendes sido o trago de magia, o abracadabra,
Por vil graça, pelos bocados com as quais brindei,
Divino grau venerado, de mil odisseias  à palavra!

E por vós me hei tornado o tirano, louco e ufano,
Por entre corações partidos, o belo do instante,
Portanto voo mais do que brindo ao desengano,
Idas as Oressas, vós sois em mim o único instante,

Pois da vala comum irei até à mais digna sepultura,
Bela e casta, embutida em ouro, nesta alma pura,
A verdade é só uma, somos a latrina para o fado,

As estrelas e sementes, o estrume, o pé no estrado,
O sono eterno recheado por sonho, a despedida,
O resto vem vindo em seus termos seja morte ou vida!

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