domingo, 18 de maio de 2025

Eu Pertenço à Estrada

Há vestígios de ruínas cantando do alto da fachada,
Suspiros ofegantes entrelaçados que buscam a vertigem,
Quando o caminho diverge entre uma ou outra alvorada,
Há que nos agarrar na segurança na rua errante, sem origem,

Pois há poemas ainda por vir que a ela gostaria de dedicar,
Ecos desfeitos pelo tempo, percorrendo valsas em nós contidas,
Aprisionados por um instante, reféns e prisioneiros de um mar
Que não vê dono em quem não sabe remar, sem margens queridas,

Esqueço as rimas, esqueço a métrica, esqueço a vontade de reciprocidade,
Pois há silêncios encontrados no lar de quem nunca conseguiu ser chegada,
E assim a criança se torna no velho, e assim se avança no tido como idade,

Ouço correntes arrastando-se no chão, e se pernoitar aqui quem me dará guarida?
Outra hora, outro momento e o resto que venha – é o hino do pertencente à estrada,
É o passo vacilante, na pele o pó dos dias, procurando o olhar farol, num bater que não intimida.

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