quarta-feira, 30 de abril de 2025

A Última Noite no Peito Dela

Há murmúrios ecoando no vazio da madrugada,
Em vestígios da sua ausência e em camas desfeitas,
O fantasma de outra despedida é erro na fachada,
Que assim se vai desmoronando dentre ruas estreitas,

Há lembranças cantando na ebriedade da noitada,
A insónia é rainha e o silêncio tão ensurdecedor,
Trago a sua respiração na minha e noutra facada
Encontro mote para enfim a lágrima e a sua dor,

Há sombras entre memórias, adeus nos espaços,
E o estilhaço no coração, a perda desta noção,
Pretendo renascer das cinzas em subtis traços,

Pois há o percorrer o ósculo deferido por esta estação,
Será que a chegada me aguarda em sutis e ternos abraços
Ou será que serei mais outro vivendo a vida em objeção?

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