terça-feira, 14 de maio de 2024

Vaga-lumes

O efémero vagueia na luz transiente da aurora,
Sonhei com o rosto que não consegui alcançar,
Pois antes de chegar já me tinha ido embora,
O amor que trago é sozinho neste só caminhar,

O poeta vagueia no suspiro que ninguém entende,
É o trajecto que ninguém irá alguma vez compreender,
Pela ferida pelas vezes que a si mesmo se rende,
Ele um dia se irá, ele suspirará até por fim morrer,

O encanto vagueia no murmúrio ao eterno deixado,
Este lenço enxuto, o chorar até não mais conseguir,
Prisioneiro de suas amarras, a ela sempre acorrentado,

E a brisa envolve as lembranças de um beijo já partilhado,
Folhas de papel transviadas por um vento que a me perseguir
Demonstra o regaço que perdi, a mão na mão, o nosso bocado.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.