De olhar ermo, pele pálida e plumas arrancadas,
Perguntando se o voo é somente partida sem chegada,
Aonde as sortes foram sob a chuva gélida esbanjadas,
Que não falte um sonho a este mar de esquecimento,
Pretendo só apenas mais um instante, silentemente,
E despertar novamente com rubro em sentimento,
Pois dissolve-me o recordar, a rubrica do antigamente
É peso e tristeza, a ilusão é a passagem para a carícia,
Estranho-me a mim, confundo as palavras com a voz
As bermas das ruelas recorrem a abraços, que delícia,
Imagino a melancolia que passa entre os vidros azulados,
Onde me pesa o Inverno, o rio que não alcança a Foz,
Revendo o espelho de outros segundos enrugados.
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