terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Segundos Enrugados

Sou frases perdidas, o pássaro azul de asa quebrada,
De olhar ermo, pele pálida e plumas arrancadas, 
Perguntando se o voo é somente partida sem chegada,
Aonde as sortes foram sob a chuva gélida esbanjadas,

Que não falte um sonho a este mar de esquecimento, 
Pretendo só apenas mais um instante, silentemente, 
E despertar novamente com rubro em sentimento, 
Pois dissolve-me o recordar, a rubrica do antigamente

É peso e tristeza, a ilusão é a passagem para a carícia, 
Estranho-me a mim, confundo as palavras com a voz
As bermas das ruelas recorrem a abraços,  que delícia, 

Imagino a melancolia que passa entre os vidros azulados, 
Onde me pesa o Inverno, o rio que não alcança a Foz, 
Revendo o espelho de outros segundos enrugados. 




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