quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Entre Comboios e Anjos de Sessenta Toneladas

Mil comboios passando sem parar nesta estação,
Tais aqueles pores do Sol por um gesto atrasado,
Com óculos escuros parece que se escapa o Verão,
Portanto esqueço seu brilho no olhar estampado,

A queda na Terra de um anjo de sessenta toneladas,
Vejo sua estrela cadente entre as nuvens escondida,
As cicatrizes das suas pálidas costas, as asas quebradas,
Suficientes para colocar o firmamento sob sua guarida!

Esmerada a Luz que avança acima do céu diante os portões,
Deixamos os segundos prisioneiros para trás, na retaguarda,
Pois esquiva-se os ontem, lotado e apensado sobre os vagões,

A chaminé a rugir, o vento a uivar, chega-me a linha para trilhar,
Mesmo que estas se esquivem entre as rodas desta resguarda,
Esta breve e esbelta viagem ainda está para um dia recomeçar.

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