segunda-feira, 4 de abril de 2022

Nunca Encontrei o Meu Poema

Então ela sussurrava: "Nunca encontrei a minha poesia",
Por campos e prados de um outono que não parecia acabar,
Um relance ao sorriso do sol que sabe os píncaros de magia
Que foram passando, tépidos e mornos antes do mundo desabar,

Então ela pedia ao vento para permitir que a Lua esperasse 
Por almarges e pastagens, levava o suspiro a novos lugares,
Num último carinho suplicando para que o verão voltasse
Qual nascente e poente, por beijos tudo menos vulgares, 

As saudades eram de um tempo ainda por vir, tão reais, 
Ao som de um piano de fundo, um ruído minimalista
Preenchia-lhe o olhar o caminho de passos imortais

Quando tudo o que pretendia era de um astro o toque, 
Pois o coração ardia, naquela alma tão sentimentalista, 
Que assim traria o âmago do éter atrás ou em reboque.

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