Então ela sussurrava: "Nunca encontrei a minha poesia",
Por campos e prados de um outono que não parecia acabar,
Um relance ao sorriso do sol que sabe os píncaros de magia
Que foram passando, tépidos e mornos antes do mundo desabar,
Então ela pedia ao vento para permitir que a Lua esperasse
Por almarges e pastagens, levava o suspiro a novos lugares,
Num último carinho suplicando para que o verão voltasse
Qual nascente e poente, por beijos tudo menos vulgares,
As saudades eram de um tempo ainda por vir, tão reais,
Ao som de um piano de fundo, um ruído minimalista
Preenchia-lhe o olhar o caminho de passos imortais
Quando tudo o que pretendia era de um astro o toque,
Pois o coração ardia, naquela alma tão sentimentalista,
Que assim traria o âmago do éter atrás ou em reboque.
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