quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Esta Poesia É Ardor

Aprendemos que uma promessa não é um talvez,
Ardendo cartas antigas de candeias feitas de amor,
Procurando agulhas em palheiros outra vez,
Especado a olhar o sol, estes olhos retratos para o ardor

Que sente quem lacrimejou um outrora,
Em moções silenciosas, o peso aos ombros do inverno
É suficiente para até ir esquecendo a  aurora
Enquanto se rascunham pestanas num  caderno,

Porém, a tragédia é que ainda em anjos acredito,
Fotos empilhadas em contentores do lixo
Trazem memórias da sua face de cor e por escrito

Pois sua voz são os meus silêncios, a acalmia
Diante a tempestade, diante o requebrar do esguicho,
E a obra de arte, a despedida no aceno desta poesia.

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