Sinto os minutos a passar tal paisagem fugidia,
Contando os segundos até à margem querida,
São as areias do tempo elidindo a noite vadia,
Os sapatos sujos de lama ecoando na passagem,
Da alma junto da mente, da carne virando osso,
Estes rastos esboçados pela poeira da viagem,
De passada em passada enviada para o poço,
Vou lentamente esquecendo o meu nome, silêncio,
Somos todos escravos do tempo, assim vai o vento,
Levando pedaços de nós com ele, assim vivencio
Que a Vida vai sendo trocada por rugas e cabelos grisalhos
E que o que fica são os bocados, momentos e seu alento
Confere a Vida deixada, talvez trocada tal queda de orvalhos.