Percebei que eu sou o fim desta era, o único alarido
Que mantém homens acordados a noite inteira,
A porção que morre na palma, o ninguém à beira,
Quando as toquei perdi a metade que era no coração,
E nesta alma o único sempre que poderia algum dia ser,
Com o barulho que nem é ruído, que é falta de oração,
Que é pouco para estar vivo mas que nem sequer é morrer,
A abertura sem envoltura é beijo sem ser sequer dado,
Pois eu sou, eu estou na vontade do viver sem estação,
Eu sou a impermanência, a loucura e o sítio de estado,
Com todo o amor que puder dar mesmo com raiva e suor,
Na ausência da poesia, na ausência do verdadeiro refrão,
Pois o amanhã é apenas o consequinte do pôr-do-sol anterior.
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