sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A Minha Querida Amiga, A Anhedonia

Confere o papel do coração, é o corte, é o sol e a sua moção,
Batendo a porta, meu deixar-me, amor permite-me a entrada,
Entretanto lavei as mãos, banhei-me em núpcias, sou estação
Para o resto dos dias que não chegam, para a chuva inacabada,

É esta a menina das grinaldas de luz que repousa entre prados,
No instante infinitésimo perdido no infinito de um respirar,
Onde eu perco, eu encontro, eu espero, onde procuro os fados,
Que são pertença somente do aqui e agora, num lesto ansiar,

Entre as margens do celofane, pulmões negros de anjos erguidos,
Donde outrora eram caídos, a tosse sanguinolenta, a doce ternura,
Gritando por uma resposta, por cá nós os eternamente escondidos,

Por baixo de roupas usadas e cobertores rasgados, a doce ironia,
Dificilmente recordo o meu nome nesta eterna e terna brandura,
Estas algemas estão apertadas, filtra-se o lago, oh querida anhedonia!

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