segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

4 e 43 da Manhã - Empregada de Balcão

O cigarro no canto do cinzeiro, define o trilho passado,
O tempo para lá deste momento, a sua cor, o seu estado,
O pouco que não foi, o muito no receber de uma mão,
E a espera pela procura do que puder preencher o coração,

E os cobertores daquilo que deixei de ser caminho,
A parte do trilho, a parte do pai, a parte do filho,
Largaste amor nas ruelas, vielas, na tua ausência,
Esqueceste o beijo iterado que era a próxima essência,

Abres garrafas pois perdeste a sede, o toque consagrado,
Atendendo a parte que foste e não pediste para ser, o tocado,
Entretanto esqueceste as beatas, os bêbedos, o ser partida,

Até te esqueceste do instante que era para lá, que era ida,
O fluxo natural, o passo dado através desta bizarria,
Se és essa metade, eu sou o sorriso, eu sou a melancolia.

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