quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Poema do Perdão (Por Aqueles Que Não Fui) Pt. II

Salas vazias, crivadas de mim através de reféns sussurrados,
Sou um estranho familiar, um pedaço ao longo do caminho,
Cada instante ventre para a Vida, espectro para o passado,
Beijo no céu e na calçada, a vereda com todos indo sozinho,

Não alcançando o fim, a salvação é a perdição do buscador,
A combinação do cofre é a ausência de chave, é este perdão,
Não pelo que fui mas por todos aqueles que não fui, oh Amor,
És tu que me ergues pelas profundezas e cumes deste chão,

Sim, não! Talvez, nunca sem nunca o dizer, os olhos entreabertos,
As janelas para o infinito, visto-me de roupas semi-retalhadas
Como aprecio a luz destas horas ora paradas ora irrequietas,

Sim, não! Talvez, o êxtase está no sorver o dia, a noite, a beleza,
Só assim sou passageiro no carrossel e as correntes quebradas,
Um dia serei pó, um dia voltarei, apenas assim vejo com clareza. 

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