Ele costumava chamar lar às ruínas da cidade,
À memória esvoaçante celebrando o sentimento,
Ao precioso momento afastado da ansiedade,
Ao beijo sem rédea, à beleza de cada momento,
Estremecendo na cama dentre lençóis rasgados,
O homem cujo amanhã era cinzeiro para o sonho,
Esperando por um nascente por dedos apontados,
Assim era a passagem de quem ia indo suponho,
Eu - o poeta incitando o universo aqui mesmo contido,
A palavra de um mundo silenciado entre as margens
De um poema que desviveu antes de ser proferido,
Sou um som forasteiro na boca de mil e uma viagens,
Hoje um velho sentado na reiteração do que tem sido,
Um semblante familiar carregado das minhas bagagens.
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