Tal casa desocupada à espera da espera,
É espaço sem ninguém para o ocupar
Assim no sítio onde o esquivo impera,
Passam fantasmas e mal lhes falamos,
Escutamos em silêncio o que resta
Indo estando onde não estamos,
Cercados no escuro de uma sesta,
Parece vagão que perdeu o trilho
Na neblina do não acontecido
Mãe atenta que esqueceu o filho
Num qualquer comboio já partido,
Deixando um resto de luz sem brilho
Em mil e um tons a cinzento colorido.