Solidão e caixões feitos à medida
Vem o freio do mundo e ficamos
Meio perdidos na floresta da vida
Prisioneiros do sítio onde estamos,
Por onde passamos sombras e semblantes
De pessoas que já foram no entretanto
E quando respiram são tão distantes
Em porções largadas num recanto
De persianas fechadas e cortinas corridas,
O monstro do mundo vem-no buscar,
Para estas noites em si tão sofridas,
Arranhando as unhas pelo tecto,
Somos o caixilho deixado ao luar
Pelo mundo tão louco, tão abjecto.