Outro dia, outro dia a si tão igual
Ao ontem que ainda é o hoje,
É tempo que vai e vem tão banal,
É um resto de vida que de mim foge,
Outro dia, outro dia a si tão igual,
Do amanhã e sua dura incerteza
Abre-se a mente à doença mental,
Some-se a ideia, a reflexão, a clareza,
Perde-se o tempo entre seis paredes,
Sussurros e murmúrios de quem parte,
No barulho de fundo, tu que concedes
A sina do poeta louco, o estandarte
Que poucos ousam içar em público
Assim a se substituir Vénus por Marte.