Esta sede é a sede do deserto esfaimado,
Gota a gota acumulada na vista do poeta
Que anseia mais do que o que já foi olhado
E que precisa de mais cores para a sua silhueta…
Para lhe dar significado, para fazer sentido
Das esquinas fazemos cantos e entretanto
De tanto correr esquecemos o acontecido
Do bonito em que temos sido e seu encanto
Esvaece onde só há grãos de areia para tragar,
Onde a cópia da Lua vem e sussurra baixinho
Que somos O beijo por isso não devemos beijar,
Por tanto olhámos assim pelo ornato da janela
Ansiando sem saber pelo que aguardar no caminho
Quando ao longe de bem perto sabemos que é Ela…
(... Ela… sempre Ela.)