As mãos que o agarram são as mãos que me levam,
Adiante o puxam e empurram perante o que vem,
Os balões que as esticam são os dedos que enlevam
Pois quando tocam o céu tornam o trovador em alguém
Que brilha mais do que mil estrelas num bolso albergadas
E ele, tal cometa, apenas alcançável pelo rasto que deixou
Nos vestígios de meias palavras em certas telas pintadas
Ou através do fulgor que no olhar dos outros ainda restou
Após o terem visto a rasurar obliquamente o horizonte,
Esses jamais serão os mesmos pois enfim aqui foram
O instante e perceberam que o poeta é Amor e ponte
Entre o frio do caminho ao aconchego da divina casa
Onde voamos em anseios aos abraços que demoram
Pois a mão que o toca nem é sequer bem mão, é asa.