sábado, 8 de junho de 2013

A Criança do Elísio: Ainda Trazemos

Somos… Somos aqueles que deixam às nuvens pegadas
Que vão e deslizam nos raios de sol e nas enxurradas
Atirando seixos às vidraças e vendo o mundo crescer
Sob o pé descalço reflectindo a criança ao envelhecer,

Frágeis amontoamos tons de vida e outros acinzados,
Somos quem semeia flores em canteiros imaginados,
Quem caminha ao pé-coxinho devagar ou corridinho,
Quem traz supernovas e galáxias no alado passarinho,

Tantas vezes também corremos ajoelhados sobre a lua
E de bem perto ainda somos tão longe aos dias comuns
Por onde navegamos resfolgando sendo suspirados à rua

Onde passámos ontem sendo tão poucos ou até nenhuns,
Aqui e agora nesta hora de dedos esticados e alma nua
Ao tentar amar o impermanente que tentemos ser alguns.