terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Ema V: A Brisa que Sopra Poesia

Vem a brisa ligeira de um poema,
Abrem-se as chuvas e os abrolhos,
Do outro lado das nuvens sorri Ema,
Beijando o dia, verte-se nestes olhos;

Havia colhido luz para a sua grinalda,
Ornada a poente erra no fio do vento,
A aurora reflecte o seu olhar esmeralda,
Que do próprio Sonho se tornou sustento;

Vejo-a nítida, soprando às nuvens pétalas,
E tenho-a, neste retrato que já nem é retrato,
É extensão de alma e esvoaçar de borboletas,

Pela poeira do tempo… e como o tempo é ingrato,
Porém resta em escritos, pelo vaguear dos poetas,
E é aí que a brisa sopra poesia, forjando seu ornato.