Íamos esperando, intercalados pela acalmia,
Contudo apressados por pegadas passadas,
O brilho opaco revirando-se no fulgir do baço,
E ao seu néctar polinizado, somente eu sabia,
Onde o murmúrio do vento deixou pegadas,
Na incerteza minha certeza e enfim, o nítido traço,
Ao desconhecer ser no rotineiro e mundano,
Era uma onda de âmbar ao tempo olvidada,
Contudo reflectindo ouro ao seu contacto solar,
Como que inebriado por porções de láudano,
Dando passo a passo, sonhando estar acordada,
Era assim que passava ligeiramente este passar,
Na infinda busca de significado e aceitação,
Num prenúncio ao crepúsculo e ao amanhecer,
Agraciado pela partilha desta praia tão bonita,
No sítio onde esvoaçáveis no abraço do Verão,
Onde caminhávamos de mão dada, num só ser,
E o depois era fulgência apesar de incógnita,
Lá... lá onde o murmúrio do vento lega pegadas,
Esse cenário é só meu e é o que nos torna reais,
E a sua entrevinda o gradual circulo reaberto,
Nessa suave brisa de tardes de Verão ancoradas,
Prisioneiro no enlevamento que me providenciais,
Em cela com vista para o ontem e para o incerto,
Vamos deixando rumos e partindo antes de chegar,
Esse progresso, é o sossegar do inquieto e desassossegado,
E à deífica mistura deste meu palato com o vosso gosto,
Sou sentimento em perdição e em fremente ofegar,
O infortúnio de Adão por fim nítido e delineado,
Nas maçãs e nas rugas, nas rugas das maçãs do rosto,
Quando vós chegardes a casa enfim, sairemos.
Então beijai-me os olhos e abri-me as pálpebras,
Fechai-me os olhos e beijai-me as pálpebras,
Beijai-me os olhos e reabri-me,
Cerrai-me o olhar,
Beijai-me…