Foram outrora ossos daquilo que não consegui levar,
Meros acessórios de um instante estagnado em cicatrizes demarcadas,
Possíveis e potenciais proto-momentos impossíveis de aconchegar,
E se tinha nomes nesse dia apartado, hoje por suas sombras sou procurado,
Onde vivendo em existência, existo vivendo e quase, quase sendo,
Do alto do além de um horizonte donde estou pendurado,
Acredito no que poderá vir, e nesse acreditar vou crendo,
Por isso há trilhos dentre o nevoeiro que deixaram paradeiro
Na criança que já fui, até ao eventual velho que um dia serei,
Sim, há ainda arco-iris, mesmo que a maioria termine num cinzeiro,
E no fim? Fica a saudade de quem não foi por cada segundo,
O verso de um soneto sem rima, que jamais escrevinharei,
Essa expectativa de um potencial não concretizado, um quase mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.