O instante, antes de tudo, é a memória do que nunca aconteceu,
É o tempo que dobra dentro de um abraço, a visita a um passado,
Esta saudade que chegou antes da partida, que em si esmoreceu,
Foi a hora em que o relógio perdeu a razão, o beijo quase sonhado
Que só um reconheceu, dentre mãos que lembram um toque perdido,
Numa ausência que dorme na almofada ao lado, o beijo em imaginação
De dois corpos que dançaram noutra vida, o anseio de um desejo ferido,
Pois amar é sentimento que apenas coexiste em poesia dentro do coração,
Porque há palavras que não quiseram algum dia ser ditas, assim é o trilho,
De poemas que se escreveram em lágrimas, o nome que o papel recusou,
Pois o verso ficou preso na garganta, a tinta sangrou desde o pai até ao filho,
Somente o vento sabe o segredo que a alma esconde, a confissão sem ouvinte,
A chuva é reencontro e as estrelas as cartas que o tempo leu e em si enclausurou,
Deus dança no detalhe do invisível, o corpo templo tanto para rei como para pedinte.
Blog de um músico e poeta português onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
terça-feira, 17 de junho de 2025
Antes de o Ser, Já o Era
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