terça-feira, 17 de junho de 2025

O Silêncio Entre os Dedos dos Dias

Sim, o eterno escorre entre os dedos dos dias,
A infinitude contida num instante de olhar,
Numa ausência que ocupa as horas fugidias,
É o relógio que não consegue o tempo buscar,

Há amor que só existe entre silêncios partilhados,
Mesmo no beijo nunca dado, mas vive nos lábios,
O sussurro das árvores ouvido baixo encaminhados
Para a noite que floresce ao dormir nos subúrbios

De um sonho, espelho tatuado de uma alma inquieta,
Escrito num poema feito sem papel, esta é a canção,
Pois há Deus no palpitar errante da nossa respiração,

O renascer da fénix acontece sem ninguém notar no poeta,
É o silêncio que escapa entre duas notas subentendidas,
É resposta muda, em gestos preteridos e gastos por partidas.

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