quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Ausência - Entre Ontem e Amanhã

O espelho partido consciente por onde passo descalço,
Entorna-se nestes corredores a mármore revestidos,
Damos a nossa vida por uma revolução em doce percalço,
Que não acontece, somos a penúria de dois corpos despidos,

E quando olho para trás ainda vejo a sua mão na minha,
Aonde se vai e se quebra, novamente, o quebrado coração,
Pois ensombrado por uma gentil voz que ainda me encaminha,
E sublinha-se a negrito, encaminhado assim numa eterna monção,

E onde sepulcros se erguem, berços choram, é a triste realidade,
Pois permaneço onde estava, não caminho ainda de facto adiante,
Onde amor foi investido não foi capitalizado em total reciprocidade,

Encurralado entre o ontem e o amanhã, isto dentro de mim é vazio,
Como a beleza facilmente se torna em tristeza, é um mero instante,
A retribuição, obliterada, os lençóis amarrotados, tenho tanto frio...

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