Sou a porção e a brecha dentre o pavimento,
É a frágil ferida como oxigénio em pedaços,
Esta não pertença é fatigante, traz o fragmento,
Insatisfeito e contrafeito vou perdendo os laços,
Estas mãos penitentes criadas pelo sonho rasurado,
A lágrima do ontem, o arrependimento do amanhã,
Tentando encontrar o sol enquanto sou encurralado,
Almejando a presença de quem se prostrou numa maca,
O silêncio é a voz dos perdidos, o beijo não retornado,
Até um dia, expressa-me nesta partida, numa mão vazia,
Entre vagões oxidados, anjos caídos e um coração pesado,
E eu já estive por cá, eu já fui mais hoje do que presente,
É o precipício que acalma homens como eu, venha o dia
Do descalabro, do ensejo do e para o eternamente ausente.