Sim, amanhã se me afogar nas águas rasas,
Dar-me-ias a mão, puxar-me-ias para cima?
Custa-me a voar com estas quebradas asas,
Vasculho o páramo para a estrela mais ínfima,
Preciso de brilhar, ser a constelação mais brilhante
Que concede esperança ao triste e lúgubre sonhador,
Imortalizado ao passear, deixando um rasto fulgurante,
Numa infinitésima dança como para sempre amador,
Lancem-me no mais alto dos devaneios, o sonho alado,
Caminho tal os pássaros pelo azul celeste então estirado,
E então ar fresco acorda-me, cessam as vozes dos malditos,
Perdido trago mapas colados nas sobrancelhas em gritos inauditos,
E amor em pulsos cortados e largado à indiferença de um olhar,
Vos apresento o viandante que lentamente vai esquecendo o voar.
(E cuja eternidade vai deixando de o ecoar...)
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