domingo, 5 de junho de 2022

Aos Caídos

Os vestidos de Outono em bonecas de porcelana,
Enquanto atiro ao ar esta velha roupa usada,
Nas curvas conturbadas desta estrada insana,
Por onde ninguém passa e a passagem é cessada,

Fios de papagaios largados, enfim conseguimos voar,
Se seguir os trilhos dos vagões a casa terei chegado?
Ignorando os passos dados e onde eles hão-de ecoar,
Suspira aquele que outrora caiu sozinho e postergado,

Aos esquecidos esperando perante os portões dos céus,
Por cada eons os caídos suplicando e rogando entrada
Acenando à redenção do paraíso, removendo os véus,

Suas asas de plumas arrancadas, removidas de intenção
Implorando santuário, o pecado ou bênção perpetrada,
Vamos ansiando o altivo mediante o bater do coração.



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